Dizem que crescemos e os brinquedos apenas mudam de tamanho.
Ou que os bem idosos voltam à idade infantil, carente de cuidados.
Quando mestre Sérvulo pedia pra brincar de novo, a brincadeira era coisa séria.
Era questão de preservação da memória dos mais antigos.
E brincar de quebra-cabeça não ajudava, não.
Quando se fala em mestre Sérvulo, o coração, a mente e o corpo estavam tinindo, mesmo aos 86 anos.
Ele só queria perpetuar o folclore: o congo, o bambelô e o fandango de São Gonçalo do Amarante. Apesar de ainda escapulir aqui e acolá para uma farra, seu nome era dos mais importantes da cultura popular de São Gonçalo. “Era” porque o mestre faleceu na manhã de hoje, após escapar de sérios problemas de saúde e, aparentemente estar bem.
Foi uma surpresa, apesar da idade avançada.
E com o mestre, possivelmente será enterrado também os grupos comandados por ele.
Segundo relatos de familiares, ele estava bem de saúde, foi ao forró dos idosos normalmente ontem, e hoje pela manhã, quando se preparava para ir a um piquenique, se sentiu mal, chegando a ser socorrido ao hospital, mas não resistiu aos problemas respiratórios.
Há três anos, o mestre assistiu a morte do irmão, Lucas Teixeira, aos 89 anos, também mestre de grupos folclóricos, vítima de acidente vascular cerebral.
Pouco se tem gravado dos conhecimentos e da história dos dois mestres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário