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quinta-feira, 18 de julho de 2013
Mapa da Violência 2013 revela Natal como a cidade campeã brasileira de homicídios entre jovens
A capital potiguar está à frente de todo o País, com os maiores e mais crescentes índices, mas não há nada para comemorar.
O assunto tratado é a variação nas taxas de mortalidade juvenil.
Segundo o Mapa da Violência 2013: Homicídio e Juventude no Brasil, publicado hoje (18) pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), com dados do Subsistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM), a violência contra os jovens brasileiros aumentou assustadoramente de 1980 para cá.
Os dados mostram que, no período analisado (de 1999 a 2011), as mortes não naturais e violentas de jovens – como acidentes, homicídio ou suicídio – cresceram 207,9% em todo o Brasil.
Se forem considerados só os homicídios, o aumento chega a 326,1%.
Dos cerca de 34,5 milhões de pessoas entre 14 e 24 anos falecidas em 2011, 73,2% morreram de forma violenta.
Há 30 anos, o percentual era 52,9%.
Em Natal, a situação é ainda mais catastrófica, pois a cidade conta com o maior aumento no número de homicídios dentre todas as capitais brasileiras, tanto em termos gerais como especificamente entre jovens.
Apenas duas capitais do Brasil superaram a casa dos 200% de crescimento nos homicídios de pessoas entre 15 e 24 anos, e a Cidade do Sol, já considerada um novo pólo de violência, é a “campeã”, com 267,3%.
O segundo lugar coube a Salvador, com 232,1% de variação.
Para o presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos/RN, Marcos Dionísio, os números seriam ainda mais devastadores caso o estudo levasse em conta os dados de 2012/13. “Só até o dia 14 de abril desse ano, a quantidade de homicídios registrados no Estado já havia superado a metade dos casos de 2012.
Estamos em um crescente muito perigoso, digno de uma verdadeira guerra civil.
Caso não haja um diálogo entre as autoridades competentes, a situação só tende a se agravar.
O Governo não se sensibiliza com morte dos nossos jovens, mas com certeza já está sentindo na arrecadação, no turismo, que caiu drasticamente.
Até que ponto a crise no turismo estadual não é fruto desse caos na segurança pública?” questiona o ativista.
Segundo o mapa, tanto a sociedade como o Poder Público tem culpa no surgimento de dados tão alarmantes.
A publicação destaca uma omissão geral em relação aos jovens, especialmente os que moram nos chamados pólos de concentração de mortes, no interior de estados mais desenvolvidos; em zonas periféricas, de fronteira e de turismo predatório; em áreas com domínio territorial de quadrilhas, milícias ou de tráfico de drogas; e no arco do desmatamento na Amazônia que envolve os estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Pará, Tocantins e Maranhão.
Foto: Heracles Dantas
O estudo diz, ainda, que a transição da década de 1980 para a de 1990 causou mudanças no modelo de crescimento nacional, com uma descentralização econômica que não foi acompanhada pelo aparato estatal, especialmente o de segurança pública.
Nos estados e capitais em que eram registrados os índices mais altos de homicídios, como em São Paulo e no Rio de Janeiro, houve redução significativa de casos, devido aos investimentos na área. São Paulo, atualmente, é o estado com a maior queda nos índices de homicídios de jovens nos últimos 15 anos (-86,3%).
A Região Sudeste é a que tem o menor percentual de morte de jovens por causas não naturais e violentas (57%).
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