quinta-feira, 22 de agosto de 2013

CARTA DE PADANG, PRESIDENTE DO AMÉRICA PARA A MADRASTA CBF, PEDINDO A LIBERAÇÃO DO NAZARENÃO

À
CBF – CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL

Dr. José Maria Marin – Presidente
Dr. Marco Polo Del Nero – Vice Presidente
Dr. Virgílio Elísio da Costa Neto – Diretor de Competições

Ilustres Senhores




O AMÉRICA FUTEBOL CLUBE da cidade de Natal, em decorrência exclusivamente dos resultados obtidos dentro de campo, na condição de representante do estado do Rio Grande do Norte em competições de nível nacional, disputa, hoje, o Campeonato Brasileiro Série B 2013.


Os resultados que o conduziram a alcançar essa posição, tornando o América e por conseqüência o futebol do Rio Grande do Norte conhecido e reconhecido em todo o Brasil, foram construídos com o América mandando seus jogos no Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, o NOSSO Machadão, demolido para dar lugar a Arena das Dunas, palco da Copa do Mundo 2014.


Embora conscientes do grande prejuízo de ordem técnica e financeira que o clube sofreria com a derrubada do estádio, a diretoria do América sempre reconheceu o esforço da CBF, em conjunto com o governo brasileiro, para a realização da Copa do Mundo 2014 no Brasil, razão pela qual não apenas entendeu como apoiou e aplaudiu o grande esforço desenvolvido pelo Governo do Estado, que consolidou, definitivamente, Natal como cidade-sede 2014, embora a promessa de construção de um estádio alternativo não tenha sido cumprida, o que entendo ter provocado uma verdadeira expulsão de nossa cidade.


O fato de Natal não dispor de um estádio alternativo onde o América pudesse mandar seus jogos, o clube buscou na cidade de Goianinha, distante 63 km de Natal, o apoio necessário para realização dos seus jogos. 


A partir daí, o América desdobrou-se, e, com eficiência viabilizou recursos nas esferas federal e estadual, no sentido de dotar o estádio Nazarenão, com estrutura que permitisse a realização de jogos com a capacidade exigida de 10.000 expectadores. 
Infelizmente, a Prefeitura de Goianinha nesse intervalo de tempo entrou no cadastro de inadimplentes federais, ficando impossibilitada de firmar convênios e receber recursos.


Para que o América não fosse o primeiro clube do mundo a mandar seus jogos fora do seu estado, foi desenvolvido um novo esforço conjunto e uma campanha de sensibilização da população, que emocionou o Rio Grande do Norte e, em caráter de urgência, a montagem de arquibancadas metálicas. 
Mesmo com todo nosso esforço e elevado custo financeiro para essa adequação, o público 
pagante médio do América na Série B 2012 girou em torno de APENAS 1.800 EXPECTADORES, com as arquibancadas metálicas  ficando sem uso pelos torcedores, contrariando a nossa tradição de sempre jogar para grandes públicos e posicionar-se entre os clubes de maiores médias de público nas competições que disputa.



Para a disputa da Série B 2013 estivemos sempre na busca de alternativas: negociamos e chegamos a fechar acordo por duas vezes com o nosso maior rival, o ABC Futebol Clube, para realizarmos nossos jogos no Estádio Frasqueirão. 
Numa delas, o acordo foi firmado na Governadoria, na presença e com o aval da Governadora do Estado, Rosalba Ciarline. 
Nas duas vezes o ABC rompeu o acordo. 
Buscamos, então, e encontramos o apoio de um grupo empresarial da cidade de Ceará Mirim que aceitou o desafio de construir um estádio com a capacidade exigida pela CBF, num espaço de tempo que, creio, deve ser “record” mundial. 
E, em menos de seis meses estávamos com o estádio Barretão aprovado, com 10.000 lugares, para receber os jogos do América
Mas, como a pressa sempre provoca imperfeições, o gramado não teve o tempo nem as condições adequadas para sua perfeita implantação, e tem sido motivo de reclamação por parte dos nossos atletas, comissão técnica e, PRINCIPALMENTE, de todos os clubes que nos visitam, pelas péssimas condições de jogo e pelas contusões que provocam. 
Em resumo: o gramado não apresenta condições para sediar jogos de uma competição da envergadura da Série B.


Não temos mais o que fazer. 
Confesso que fico envergonhado em buscar, mais uma vez, a sua compreensão e sensibilidade para essa questão e solicitar que estude a possibilidade de rever, em caráter excepcional para o ano de 2013, a exigência mínima de capacidade dos estádios para as competições da CBF, permitindo que possamos voltar a jogar no estádio Nazarenão, na cidade de Goianinha, aprovado e elogiado por todos os visitantes, em especial a imprensa que hoje critica de forma contundente o gramado do estádio Barretão, e que dispõe de todos os laudos exigidos. 
Vale ressaltar que a nossa média de público em 2013 caiu para em torno de 1.550 expectadores, mesmo já tendo enfrentado como mandante os dois clubes de maior apelo de público, quais sejam Palmeiras e ABC, nosso rival local. 



Nesse pleito, não estou pensando apenas no América
Essa medida, certamente, beneficiará vários outros clubes do nosso país e estará embasada no contratempo temporário provocado por uma motivação maior: A Copa 2014 no Brasil!. Cabe-me informar que, de nossa parte, será a última vez que trataremos de assunto dessa natureza, visto que firmamos Contrato com a Arena das Dunas para realização de nossos jogos a partir de 2014.


Como é do seu conhecimento, o América encontra-se em um momento difícil na tabela de classificação do campeonato. 
Mas, sou um dirigente afeito a conquistas. 
No América já participei ativamente de quatro acessos e nunca amarguei um descenso. Se depender de esforço e dedicação, não será ainda dessa vez.


Certo de contar, repito, mais uma vez, com sua compreensão, apoio e sensibilidade, rogo a Deus que abençoe e ilumine os seus passos, conte sempre com a atenção e o respeito do amigo, desportista e, no momento, presidente,

ALEX SANDRO FERREIRA DE MELO

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